terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Carta de um leitor


Állex Bruno Castro Ribeiro (grande amigo deste blogueiro)


Amigo Jonathan foi construído nos últimos dias aqui em Rio Branco, mais precisamente  no Parque de Exposição (local onde ocorre expoacre), uma mini cidade para alojar os desabrigados da alagação da cheia do Rio Acre. Foi criada pelo governo e a prefeitura uma boa estrutura. Nesta cidade fictícia existem três grandes galpões, esses galpões se dividem em box, cada família ocupa um box as maiores ocupam dois, você ira ver na foto as imagens dos corredores de um dos galpões, sendo que existe outras ‘casas’ fora dos galpões que reside os deficientes, os idosos, as gravidades, recém nascidos, enfim. Como você vai ver na foto são feitas de lona. Cara, a infra estrutura de lá é boa, pelo que percebi achei tudo organizado, existe uma ‘radio’ que informa a todos se caso houver algum problema ou novidade, exemplo se chega visita a pessoa é informada na ‘rádio’ para ir ao local de visita pois seu visitante não pode ir nos Galpões.

Estão alojadas em torno de 380 famílias, no total são 1221 pessoas, um número enorme. Naquele aglomerado de pessoas existem riscos, alguns se estranham, outros se estressam pelo fato de está há mais 23 dias naquele local longe de suas casas. Mas para evitar qualquer tipo de conflito existem policias, eu observei os PM, Civil, corpo de bombeiro, Exército, até o IAPEN está dando assistência no local, a segurança é forte para não haver nem um tipo de baderna, até porque são pessoas de bairros diferente como o Taquari, Cadeia Velha, entre outros que não me recordo.

Inclusive a alimentação deles é muito boa, claro que não comparada as de suas casas, mas pelo que me informei é servido café, almoço e janta, tem uma merenda a tarde para as crianças e idosos. Cara, tem um número enorme de crianças, eles brincam direto, correndo pela mini ‘cidade’, mas estão sempre sendo observados para não sair do local, essas crianças brincam de bola entre outras brincadeiras típicas de nossa juventude como manja, elástico, corda, jogam vôlei, entre outras. 


Mas existe um trabalho bastante interessante por parte das igrejas, vi um grupo organizar brincadeiras para elas, muito interessante. A prefeitura também organiza coisas para passar o tempo de uma forma mais legal, até mesmo os adultos jogam dominó e baralho. Lá dentro é proibido a comercialização de qualquer tipo de produto. 

No caso de eles voltarem para casa não tem previsão, alguns reclamam pois as casas já estão sem água por conta do rio está vazando, mas para evitar qualquer risco é proibido eles voltarem, até porque ainda vem chuva aí, mas tudo irá da certo para essas famílias, não vira na mesma proporção de ficarem alagados. 

Jonathan, particularmente é muito triste ver essas pessoas nessa situação, a casa é nossa segurança, ela nos protege assim como nos dá conforto e, ver aquelas famílias longe delas por conta de um desastre natural não é bom, algumas pessoas não se sentem bem naquele local como no caso de uma senhora que conversei. Segundo a própria o local e a estrutura do parque está boa, mas ela não se sente bem longe de sua casa, porque é o lugar que a construiu sua história, história está, que talvez pode chegar ao fim, daí essa senhora fica com tal dúvida, quando vou voltar ? será que vou voltar ? Mas aí eu falei pra ela que vai voltar sim, é só ter fé em Deus que todos irão voltar para seus endereços de origem. 

                                            

Matéria enviada domingo às 22h 40min.

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