quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Museu particular tem acervo catalogado



Em Xapuri, o museu particular de Antônio Assad Zaine, 90, paulista que chegou ao Acre em 1954, já foi visitado por centenas de turistas e curiosos diversos. Ao longo de seus anos de constituição, diversos objetos foram adquiridos e reunidos; dentre os quais as notas de cruzeiro, relógios antigos e ferros de passar a vapor, expressam o quão diversa é a coleção que reúne memória, paixão e valorização da história do município por Antônio Zaine.

Com apoio financeiro da Fundação de Cultura e Comunicação Elias Mansour - FEM do Governo do Estado do Acre, por meio do Edital de Pequenos Apoios e Intercâmbio Cultural 2014, o pesquisador Jefferson Saady, 22, realizou catalogação de todos os objetos e documentos presentes no museu entre os dias 19 e 21 de janeiro. O objetivo é tornar o trabalho de uma vida inteira acessível e reconhecido, segundo o historiador:



“Sou de Xapuri e vivi aqui até os meus dezoito anos de idade, depois que ingressei no curso de bacharelado em história (UFAC) pude entender o significado de um acervo particular, histórico, como é o caso do seu Antônio Zaine. Hoje, formado, e com a certeza de que escolhi a carreira certa, sinto o dever de devolver ao seu Antônio - como xapuriense que sou - o reconhecimento pelo seu esforço ao longo dessas mais de cinco décadas vivendo em Xapuri e amando a história do nosso Estado”, relator Saady.

Sobre a catalogação, Jefferson explica quais procedimentos técnicos foram adotados:

“No acervo foram identificados diversos tipos itens, desde fotografias à cadeiras e espadas; criamos um código para cada um dos mais de 300 objetos que agora estão em um banco de dados, com descrição detalhada, fotografados e em qual estado de conservação se encontram. Este banco irá ajudar a compor uma espécie de catálogo trazendo todos estes objetos para que se tenha conhecimento do que pertence ao acervo, ao museu particular de seu Antônio, e principalmente algo que eu já observei no modo como o colecionador age, ele a cada instante ou oportunidade encontra um novo objeto e quando este precisa de um toque especial ele o dá e logo em seguida encontra um lugar para esse novo item. O acervo é mutável, é dinâmico, é reelaborado sempre pelo desejo de ampliar o sentido histórico que seu colecionador lhe quer empregar”.

Muitos xapurienses não conhecem a existência do museu particular de Antônio Zaine, os poucos que já visitaram consideram o espaço um lugar à se guardar:


“O cidadão comum é muito atarefado com sua rotina e seus problemas diários, ele pouco se interessa pelo passado. Mas posso dizer com exatidão e certeza que o passado faz parte de nosso presente muito mais do que no fundo de uma lata de lixo. Vejo o esforço da família seu Antônio pela conservação do espaço, e isso é muito importante. A história de uma família, de uma comunidade, de uma cidade não está somente no ato de preservar, mas também no de se fazer parte, se sentir um pedaço daquilo, o sentimento de pertencimento. Acredito que este espaço deva ser transformado em um espaço oficial de visitação, de turismo, como foi a Casa de Chico Mendes. Seu Antônio Zaine não morreu, está vivo, ativo, buscando a cada dia um novo significado para a história de Xapuri, um real sentido para o sentimento de pertencimento à história do Acre”, disse historiador. 

Um comentário:

  1. Parabéns pela postagem Jonathan. Aqui em Tarauacá tento fazer 1/100 do que esse homem de bom humor faz.
    abç

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